A decadência do meu Ser

Há dias decadentes.

Há dias em que penso que a minha existência bateu no fundo, mais baixo é impossível.

E ontem foi um desses dias.

Para ser original começo pelo fim, para despachar já isto, porque esta nem merece comentários: acabei o dia a escrever o código postal aqui do estaminé cerca de 200 vezes seguidas em avisos de recepção que serão usados futuramente (por alguém que, graças a mim, não terá esse grande incómodo que é escrever o código postal). Portanto, se alguém quiser escrever para aqui (quiçá para presentear o Sr. Ministro que bem merece, coitadinho) é só perguntar-me!

A primeira situação que me fez avaliar a minha (curta) caminhada profissional, lembrou-me igualmente aquilo que sempre me disseram os mais velhos: "O curso não te serve de nada lá fora." Ao rever um dos ofícios escritos por outrem (revisão direccionada, obiamente, para a legislação) reparo na seguinte palavra "apará lápis". Ora, acredito que não tenham escrito esta palavra muitas vezes (eu duvido que alguma vez a tenha escrito...) mas é óbvio que aquele acento não pode ser ali, por questões berrantes de fonética. E lá vou eu, armada em boa samaritana, fazer o reparo à chefe:

Eu - Está tudo bem no documento, há só aqui um pormenor (e aponto para a palavra em questão).

Chefe - E ENTÃO?!? NÃO SE ESCREVE ASSIM?!?

Eu - Penso que não, porque se for assim pronuncia-se da forma x, blá, blá,...

Chefe - EU SEI LÁ! SE VOCÊ ME APRESENTA PROBLEMAS TEM DE APRESENTAR SOLUÇÕES! TEM É DE DESCOBRIR COMO É QUE SE ESCREVE!

Eu (já a perder a paciência para discussão tão estúpida) - Olhe, porque é que não lhe chama AFIA???

Chefe (olhar do género "é-bom-que-me-saias-da-frente-bem-rápido") - silêncio...

E lá fui eu alegremente pesquisar no Google como é que se escreve correctamente apara-lápis.

Conclusão: Nunca, mas nunca, insinuem que a Chefe não sabe escrever...