quinta-feira, dezembro 14, 2006

O limite do disparate

Com o referendo sobre a despenalização da IVG já começaram a ser esgrimidos argumentos de ambos os lados há algum tempo. Eu cá tenho andado muito caladinha, simplesmente a ler coisas que se escrevem (umas mais inteligentes do que outras, mas enfim...), tanto do lado do Sim como do Não, porque viver em Democracia tem destas coisas. Mas mesmo em Democracia há limites para tudo, nomeadamente para o disparate.
Francisco Sarsfield Cabral, um dos colaboradores do
Blog do Não, escreveu há dias:

"A mulher poderá abortar por razões de conveniência – para não perder umas férias na neve já marcadas, por exemplo. Mais: esse aborto será pago com o dinheiro de todos nós, contribuintes."

O fundo em que se baseia este argumento (se é que se pode chamar argumento ao enorme disparate supra transcrito), ou seja, a opinião de alguns defensores do Não, que consideram que o aborto, a ser legalizado, será encarado como um comum meio contraceptivo (do género, "Ai, porra, esqueci-me de tomar a pílula, vou ali abortar e já volto."), sempre foi dos que mais me irritou. Pensar que uma mulher faz um aborto de ânimo leve, só por que sim, é igualmente leviano. Há argumentos bem mais racionais que ambos os lados podem usar, sem ter de recorrer a sencionalismos.
E já agora, quanto ao dinheiro dos impostos, esse dinheirinho vai para muita coisa com a qual eu não concordo. Se calhar é melhor ir acorrentar-me para qualquer sítio em pleno exercício do direito a manifestação, porque acho muito mal que o que eu pago de impostos sirva, entre outras coisas, para dar agulhas a toxicodependentes quando os diabéticos não têm um acesso semelhante às mesmas. Mas isto são opiniões...

6 comentários:

Anónimo disse...

ALIEN DIZ:

Joana, eu continuo na minha:

NENHUMA MULHER FAZ UM ABORTO PORQUE GOSTA!

Bjs
p.s estes BETA não me deixam comentar rrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr

Joana disse...

Pois, já ouvi dizer que a beta não colabora no que toca a comentários... Eu só tive problemas no 1º dia. Agora é sempre a aviar! :)

Casemiro dos Plásticos disse...

isto só à estalada!

Rafeiro Perfumado disse...

Se fosse só aí que o nosso dinheiro fosse "desperdiçado"...

Pedro disse...

Joana,

Suponho que conheças a minha opinião quanto a este assunto, quanto mais não seja pelo facto de termos discussões inteligentes no café sobre este e outros assuntos.

É claro que a situação descrita pelo Francisco Sarsfield Cabral é extrema, só para ser simpático.

No entanto, e quando digo que a grande maioria das mulheres que faz um aborto, não o faz de ânimo leve, como é óbvio.

Agora, o que importa é esclarecer o pouco esclarecido e pouco interessado eleitorado português sobre esta situação, mas com argumentos interessantes, e já agora explicar verdadeiramente a pergunta à grande maioria dos ileterados deste país e que, e por obra e graça do espírito santo, têm capacidade para votar.

Beijinhos

Pedro

Joana disse...

"(...)à grande maioria dos ileterados deste país e que, e por obra e graça do espírito santo, têm capacidade para votar."

Alguma sugestão para restringir o sufrágio universal? Não percebi bem... :S